sábado, 25 de agosto de 2007

O homem e a tecnologia - Metrópolis

Operários de cabeça baixa

O filme Metrópolis, do diretor Fritz Lang, ocorreu em um mundo ideal futurista e mecânico. A Metrópole representada no filme é proveniente de uma mecanicidade que permite ao homem entrar no imaginário que vetoriza os planos verticais como representação de desenvolvimento. A colagem da cidade anterior a Revolução Industrial, quando atingia seu ápice e a produção capitalista começava a entrar em declínio, o que ocasionava uma negatividade em relação ao futuro. Uma cena em que um edifício expulsa fumaça ou vapor é repetida no início do
filme como uma ebulição de desenvolvimento e no final uma explosão de decadência. Uma rebelião liderada por uma máquina (Hel) que domina o homem e põe a sociedade em caos.

Essa sociedade é dividida em classes: os senhores, considerados os “donos” da cidade, em contraponto os operários, oprimidos basicamente pelos sistemas das máquinas – vestidos de panos em cinza.

O longa mostra o dia a dia destes operários, uma vida monótona, escravizados pela tecnologia, todos eles com uma padronização específica, onde usam basicamente a mesma roupa, o mesmo capuz disfarçando o rosto, simbolizando a falta de identidade individual frente ao conjunto, transmitindo sua submissão à tecnologia e máquina do estado.



Fumaça ou vapor?
O tempo do filme e da cidade é baseado no tempo das máquinas. A primeira cena mostra um emaranhado mecânico sua relação com o relógio. A indústria põe-se a maquinária a ocupar um lugar importantíssimo na constituição de uma nova cidade e que acaba sendo mais importante que os próprios operários, tornando a relação do homem e tecnologia de extrema imposição e dependência.
Com o tempo a máquina vai substituindo o homem, pois é perfeita para a indústria de produção, vez que ela não se cansa, não precisa de alimentação, não exige nada, apenas manutenção financeiramente viável, não sonha, não tem salário e nem se rebela, parecendo ser realmente, o melhor substituto do homem, uma ameaça à sociedade. O inventivo humano, no filme representado por Hel, e sua ambição faz com que a criação de uma máquina domine o homem e contribua para a destruição da própria máquina.
Após toda rebelião quando se estabelece a paz, o homem sensível instaura união entre o operário e o cérebro - Mittler zwischer hirn und händen muss das herz sein!


Colagem















"Mão da massa"














O caos e a líder, Hel












O filme Metróplolis retrata exatamete a “Revolução Industrial”, em uma época futurista onde a classe proletariada estava sendo completamente dominada pelas máquinas, assim como, idealizava o grupo arquitetônico Archigram, o qual tinha uma visão futurista e anti-heróica, arrimada, tão somente, no avanço tecnológico, em demasia influenciado pelo arquiteto italiano Antônio Sant’Elia.
O grupo Archigram, vale destacar, foi um grande norteador para as obras modernas com tendências futuras, e.g., o high-tech de Norman Foster. Como se notou, o filme em tela mostrou-se em total consonância com o grupo citado e o arquiteto Antônio Sant’elia, apesar de se mostrarem presentes em épocas diferentes.

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